sábado, 15 de novembro de 2008

A descoberta da Infância

Livro: HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA
Autor: PHILIPPE ARIÉS













Nos Séc. XI e XII a infância era desconhecida pela arte Medieval, ou então não havia lugar para a infância nesse mundo.

Os artistas que pintavam naquela época usavam as mesmas formas que pintavam os adultos para retratar a criança, distinguindo apenas no tamanho, fazendo miniaturas de homens.

O artista deformava o corpo da criança, tentando passar uma imagem muito diferente da realidade.












Por volta do Séc. XIII, havia mais sentimento ao retratar a criançaas, mas continuou fiel ao procedimento dos séculos anteriores. A partir desse século, surgiram alguns tipos de crianças, um pouco mais próximo do sentimento moderno.












Deu origem a temas de anjos, das infâncias santas e posteriores evoluções iconográficas.

Neste século a criança não estava ausente da Idade Média, mas nunca era o modelo de um retrato, de um retrato de uma criança real, tal como aparecia em um determinado momento de sua vida.














Essa iconografia, que de modo geral remonta ao Séc. XIV, coincide com um florescimento de histórias de crianças nas lendas e contos pios, mantendo-se até o Séc. XVII, sendo acompanhadas na pintura, na tapeçaria e na escultura.

Dessa iconografia religiosa da infância, iria finalmente destacar a iconografia leiga nos Séc. XV e XVI, nao sendo ainda representação da criança sozinha. As cenas do genêro e as pinturas anedóticas começaram a substituir as representações estáticas de personagens simbólicos, surgindo dois tipos de representação da infância: o retrato e o putto (crianças nuas).

No Séc. XVI, retratos de crianças mortas marca momento importante na história dos sentimentos.

O gosto novo pelo retrato, no Séc. XVII indicava que as crianças começavam a sair do anonimato, sentindo-se a necessidade de fixar os traços de uma criança que continuaria a viver ou de uma criança morta, a fim de fixar as lembranças, provando que o retrato da criança morta, particularmente, não seria considerado como uma perda inevitável. A grande novidade deste século, foi que a criança era representada sozinha e por ela mesma.

Cada família queria possuir retratos de seus filhos, mesmo na idade em que eles ainda eram crianças, nascendo neste século e nunca mais desapareceu.

No Séc. XVIII, com o surgimento do Malthusianismo e a extensão das práticas contraceptivas, que a idéia de desperdício necessário desapareceu.















No Séc. XIX, a fotografia substituiu a pintura, mas o sentimento não mudou.
A descoberta da infância começa sem dúvida, no Séc. XIII e sua evolução pode ser acompanhada na história da arte e na iconografia dos Séc. XV e XVI. Mas os sinais de seu desenvolvimento tornaram-se particulamente numerosas e significativas a partir do fim do Séc. XVI e durante o Séc. XVII. Os adultos interessaram-se em registrar as expressões das crianças e em empregar seu vocabulário, ou seja aqueles empregados pelas amas quando lhes falavam.

Essas cenas de infância literária correesponde às cenas da pintua e da gravura de genêros da mesma época: são descobertas da primeira infância, do corpo, dos hábitos e da fala da criança pequena.

As idades da vida

Livro: HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA
Autor: PHILIPPE ARIÉS
Atualmente, as crianças assim que começam a falar, ensinam-lhe o seu nome, o de seus pais, a sua idade, o que causaria espanto ao um homem do Séc. XVI e XVII, com todas essas exigencias de identidade civil.

Hoje, os hábitos de identidade civil estão ligados ao mundo da fantasia, que é o nome; ao mundo da tradição, que é o sobrenome e ao mundo da exatidão e do número que é a idade.

Acredita-se que somente a partie do Séc. XVIII os párocos passaram a fazer os registros com a exatidão ou o que se exige para fazer tal registro.

A importância pessoal da noção de idade teve ter se firmando à medida que os reformadores religiosos e civis impuseram nos documentos, a partir das camadas mais instruídas da sociedade, ou seja, no Séc. XVI, aquelas camadas que passavam pelos colégios.

Era comum nos Séc. XVI e XVII, colocar as idades nos retratos, tornando-se um objeto de atenção especial.
Esses documentos de família datados eram documentos históricos familiar, bem como os diários da família, onde eram anotados as contas, acontecimentos domésticos, nascimentos e mortes, com precisão cronológica.
No Séc. XVI tornou-se hábito de gravar ou pintar uma data nas camas, cofres, baús, armários, colheres, copos de cerimônia, correspondendo ao momento solene da história familiar, geralmente casamento.
Esse costume foi difundido na França, só desaparecendo no fim do Séc. XIX. Esse hábito desapareceu rapidamente da cidade e na corte, sendo considerado ingênuo e provinciano.
As "idades da vida" ocupam um lugar importante nos tratados pseudocientíficos da Idade Média. No espírito dos nossos ancestrais, as "idades da vida", ou "idade do homem" correspondiam a noções positivas, tão conhecidas, tão repetidas e tão usuais que passaram do domínio da ciência ao da experiência comum. Hoje em dia, não temos mais idéia da importância da noção de idades nas antigas representações do mundo.

Vermelho como o Céu




Filme baseado em fatos reais, que conta a história de Mirco.

Gênero: Drama
Tempo: 95 min.
Lançamento: 20 de Abr, 2007
Lançamento DVD: Mai de 2008
Classificação: 12 anos
Distribuidora: Califórnia Filmes


O filme é muito bom, vale a pena assistí-lo, pois conta a superação de um garoto de 10 anos, que ficou parcialmente cego, devido a um acidente com uma arma, em sua casa, em uma cidade da Itália. Ele vai para um Internato e lá faz vários amigos e consegue superar a sua deficiência, dando um ótimo exemplo de determinação e independência.
Mirco descobre um antigo gravador e resolve consertá-lo, usando-o para contar história através de sons, utilizando objetos, gestos, etc.






























sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Poesia

Infância

Sou pequeno
e penso em coisas grandes:
pomares e mais pomares,
jardins de flores e flores
e pelas montanhas e vales
grama verdinha e bosques,
com milhões de árvores
e asas de passarinhos.
Rios e mares de peixes
— aquários largos e livres
— ar dos campos e praias,
a manhã trazendo o dia
com o sol da esperança
e a noite de sonhos lindos,
nuvens calmas, lua e astros,



minhas mãos pegando estrelas
neste céu de doce infância.
E pelas estradas claras
meu cavalinho veloz
no galopar mais feliz:
— eu e ele sorrindo,
levando nosso cristal
para os meninos do mundo.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *


Cleonice Rainho